Retorno ao texto de Pretto (1996) sobre as pinturas na gruta de Lascaux, lembrando-me do papel importante dessas, usadas para socializar as técnicas e as histórias de suas caçadas, e viajo numa reflexão... Se essas pinturas fossem feitas com as atuais tecnologias digitais, quais seriam as modificações que, de certo, iriam ocorrer na imagem, na memória, na velocidade, e na mobilidade? Mas, sobretudo na possibilidade de diferentes tribos serem co-participantes dessas pinturas. Atualmente, a web 2.0 estrutura e amplia as relações comunicativas, possibilita maior co-produção na comunicação, sendo possível modificar também as relações de ensino e aprendizagem numa perspectiva não transmissiva em particular no ensino de ciências onde as características transmissivas são mais marcantes.
A perspectiva transmissiva no ensino tem muita relação com as concepções sobre a natureza da ciência que transmite visões distorcidas. Tais distorções estão na visão empírico-indutivistas, na crença do conhecimento acumulativo, no método infalível de produção de conhecimento, na neutralidade da ciência e do cientista e no processo desumanização da ciência. Segundo Gil Pérez et all (2001), tais concepções estão presentes nas aulas de ciência em todos os níveis educacionais e se distanciam largamente da forma como se constroem e produzem os conhecimentos científicos atualmente. Tais distorções remontam ao pensamento da fase da indiferença onde a arte, religião e mito confundem-se. O conhecimento era de sábios iluminados, a comunicação estruturada pela oralidade e escrita, Primo (2008).
Já Freire e Greca (2004) afirmam que a introdução da discussão de como conceitos e teorias desenvolvidas no século XX, questionam desde diferentes perspectivas, os pressupostos implícitos da Ciência, poderia também servir de elemento motivacional para incentivar os estudantes ao estudo destes temas, como o do tratamento de sistemas não-lineares, teorias de caos, a Relatividade ou a Mecânica Quântica contribuído também para uma visão menos deformada da ciência. Neste sentido o ensino de ciências é de um para todos, pois se reduz basicamente à apresentação de conhecimentos previamente elaborados, sem dar oportunidade aos estudantes de superar á educação bancária, para uma educação de co-participação em atividades na perspectiva de um ensino do tipo investigativo e, portanto não transmissivo. Essa superação é potencializada com as TIC no primeiro momento marcada pela velocidade na circulação, publicação e disponibilização de informações na rede, entretanto é limitada, conforme Primo (2008) na interação sendo superada com o desenvolvimento da web 2.0.
Os processos de cooperação on-line estão no centro do que se convencionou chamar de Web 2.0. Esta segunda geração de serviços on-line tem como principais objetivos potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os participantes do processo. A Web 2.0 deve ser compreendida não apenas como uma combinação de técnicas informáticas (serviços Web, linguagem Ajax, Web syndication, etc.), as quais permitem que sites apresentem recursos de interface antes disponíveis apenas em programas instalados no computador, mas também por sua intrínseca “arquitetura de participação”. (PRIMO, 2008, p. 63)
A inserção dessa tecnologia na educação em ciências contribuirá para a superação de uma visão não deformada do trabalho científico superando a passividade dos estudantes dos mais diversos níveis de ensino.
Oi Dielson,
ResponderExcluirVc toca num ponto que acredito ser o grande entrave da educação na atualidade, que é justamente a falta de "oportunidade aos estudantes de superar á educação bancária, para uma educação de co-participação em atividades na perspectiva de um ensino do tipo investigativo".
Esse é o ponto chave; essa é a necessidade atual. Com as possibilidades da web 2.0, trabalhar colaborativamente é o desejo de td estudante.
Abçssss
Ana
É isso Dielson,
ResponderExcluirtemos, com a Web 2.0, a possibilidade de superar os tradicionais modelos de ensino de Ciências. Agora, a formação de professores é um ponto chave nesse processo. O que as Licenciaturas na área estão fazendo nesse sentindo?
bj